Voltaire de Souza: Suquinho e brigadeiro

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Voltaire de Souza

Tédio. Medo. Neurose.
A quarentena cobra um preço na psicologia dos mais jovens.
A adolescente Tayara já não aguentava mais.
—Saco de Covid.
Os pais não davam chance.
—Balada? Festinha? Quiquiqui? Nem pensar.
O laptop precisava de reparos.
—Parece que ela socou o teclado de novo.
Insônia. Crises de choro. Xingamentos.
—Ela precisa de terapia.
Uma nova tendência faz sucesso entre os teens.
Usando chupeta, cobertorzinho e boneca.
É a terapia da regressão.
O jovem volta a ser criança.
Tayara ganhou um computador novo.
A condição era uma só.
—Faz terapia. Todo dia.
—Mas eu quelo bligadeilo e suquinho na mamadeila.
Veio uma boa notícia.
—Tayara, o médico fez o atestado.
Tinham descoberto uma doença rara no couro cabeludo.
—É comorbidade. Você pode ser vacinada agora.
Tayara abriu o berreiro.
—Num quelo tomar jinjexão.
Os pais se resignaram mais uma vez.
E deram um presentinho.
Uma pequena bola de borracha vermelha. Cheia de chifrinhos.
—Para você morder.
—Palece picachu.
—É a Covidinha. Que nem o vírus. Só que maior.
Por vezes, o jovem é como um vírus.
Cria problema. Mas continua pequeno.

Brigadeirinhos - Robson Ventura 13.mar.15/Folhapress

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