Voltaire de Souza: Enchendo o peito

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Voltaire de Souza

Desfiles. Paradas. Exibições.
Clima tenso em Brasília.
Tanques passeiam pela Esplanada dos Ministérios.
O general Perácio acompanhava os acontecimentos.
—Grumph.
Era visível o mau humor do líder militar.
O assessor Guarany tentava animar o chefe.
—O desfile foi um sucesso, não foi, general?
A mão de granito explodiu sobre a mesa de jacarandá.
—Sucesso porcaria nenhuma.
Imagens de tanques apareciam no computador.
—Olha só que tristeza.
—Por que, general?
Perácio já estava gritando.
—Muito pouco. Quase nada.
—Pouca gente assistindo?
—Poucos tanques, pô.
O general clicava nos seus arquivos sigilosos.
—Olha em Cuba.
Fotos de desfiles quilométricos.
—Uma beleza.
Guarany ficou em dúvida.
—Mas eles não são comunistas, general?
—Por isso mesmo.
Guarany continuava sem entender.
—Mas, general…
—Precisamos enfrentar essa força toda.
Perácio se levantou.
—Peitar o Supremo e o Congresso.
Uma lágrima deslizou pela face do general.
—Pior que as Olimpíadas. Continuamos atrás de Cuba.
Nos esportes e na guerra, a luta é por medalhas no peito.
Mas, em tempos de Covid, o que mais faz falta é oxigênio.

Desfiles. Paradas. Exibições. Clima tenso em Brasília. - Unsplash

Notícias relacionadas