Propinas. Medicamentos. Pilantragens.
A CPI investiga.
Na mansão do pastor Paulinho, o clima era de ansiedade.
—Será que alguém vai me denunciar?
O melhor era consultar um advogado.
O famoso dr. Saavedra tinha sido recomendado por vários corruptos.
—Manda ele vir até Brasília.
—O problema é que ele não anda de avião.
—Mas é urgente, caceta.
—Será que não é melhor o senhor ir até lá?
—Em São Paulo?
—O jatinho está pronto.
—Logo hoje que marquei a tintura do cabelo…
—Leva o cabeleireiro junto.
—O Karam? Ele não tem medo de avião também?
—A gente dá um calmante.
—Haha. Vocês pensam em tudo.
O embarque foi no horário previsto.
Paulinho suspirou.
—Quer saber? Vou tomar um desse calmante também.
Água morna. Tintura. Massagem capilar.
O pastor teve a visão.
—Quem for inocente que atire a primeira pedra…
—Jesus? Meu Senhor?
—Vem para a bênção, Paulinho…
Ele sentiu o beijo na testa.
—Karam? O que você está fazendo?
O cabeleireiro confessou sua paixão.
No motel Sinaloa, confidências se trocam.
Karam já contatou a CPI.
—Tudo gravado, pessoal.
Há um Judas também para cada fariseu.
Voltaire de Souza
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