Crise. Pânico. Fanatismo.
O Talibã toma conta de Cabul.
Um país inteiro está entregue à sanha dos homens de turbante.
O general Perácio fazia reunião no ministério.
—Pessoalmente, sempre fui a favor da família.
—Apoiado, general.
—Mulher, para mim, tinha de ficar em casa.
Ele reparou que havia uma ministra na reunião.
—Com algumas exceções, é claro.
—Obrigado, general.
—Mas essa coisa de mulher andando por aí…
Perácio fez um gesto significativo.
—Com roupa curta… braço de fora…
No Afeganistão, só de burca.
Perácio deu um sorriso.
—Quem é que vai querer estuprar?
A ministra pensava.
—Mas eles são cristãos, general?
—Não. Ainda não.
—Podíamos mandar missionários para lá.
Outro ministro deu a sugestão.
—Devia é invadir aquela joça.
A ministra estava na dúvida.
—É perto?
Perácio suspirou.
—Pouco prático tudo isso.
Ele queria boas relações​.
O plano estava praticamente pronto.
—Exportação de cloroquina.
—É… vacina eles não gostam mesmo.
—Claro. Imagina mulher de braço de fora.
—Vou chamar o Pazuello para cuidar disso.
O mundo é como um turbante.
Dá voltas. Mas fica no mesmo lugar.