Polícia manda exumar corpo de idosa enterrada no lugar de outra no interior de SP
Funerária admitiu erro afirmando que câmera de monitoramento registrou a troca acidental
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A Polícia Civil de Sumaré (118 km de SP) irá solicitar à Justiça uma autorização para que seja exumado o corpo de uma idosa, enterrada como se fosse outra pessoa, na quarta-feira (22) em Campinas (93 km de SP). O procedimento será feito para que Maria Aparecida Cardoso, 74 anos, seja identificada e, posteriormente, sepultada novamente, por sua verdadeira família.
O Grupo Serra Funerárias afirmou, em nota, que "houve um erro de procedimento", resultando na troca do corpo da aposentada Maria Aparecida, pelo de outra mulher, de 71 anos, cujo nome não foi informado. A troca, segundo registrado pelo circuito interno de câmeras da empresa, ocorreu às 10h da quarta.
O erro foi percebido no velório, pela filha da idosa, de 52 anos, ainda na quarta. O corpo de Maria Aparecida, porém, foi velado e sepultado por outra família, que não percebeu a troca.
Maria Aparecida morreu às 11h45 de terça-feira (21), no Hospital Estadual de Sumaré, por complicações decorrentes da Covid-19, segundo registros da delegacia da cidade do interior. A outra idosa, de 71 anos, morreu em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na mesma cidade, às 7h30, também na terça. A causa de sua morte não foi informada.
Segundo o Grupo Serra Funerárias, o corpo de Maria Aparecida foi entregue pelo hospital a um agente funerário, com uma etiqueta na qual constavam seu nome, horário e data de falecimento, além do hospital de origem. Já o corpo da outra senhora, acrescentou a empresa, foi recolhido com uma etiqueta em branco.
Na funerária, como admitido pela própria empresa, houve a troca acidental dos corpos.
Informando o erro
Assim que confirmou a falha, a empresa entrou em contato com a família de Maria Aparecida, informando sobre a necessidade de exumar o corpo da idosa, enterrada como se fosse outra pessoa. O corpo da outra idosa foi enviado novamente para o hospital, para que a polícia realizasse a análise de suas impressões digitais.
À família dela, a empresa também comunicou a falha, esclarecendo que o corpo da parente verdadeira deveria ainda ser velado e sepultado. Ela foi enterrada, segundo a empresa, às 10h45 desta sexta-feira (24), no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Campinas (93 km de SP), com todos os custos arcados pela funerária.
"A família Serra está profundamente solidária, prestamos toda nossa solidariedade às famílias, pedimos sinceras desculpas. Reiteramos nosso forte compromisso em minimizar o sofrimento causado, prestar apoio psicológico às famílias, realizar os funerais eximindo de todo e qualquer custo, restituindo inclusive as famílias pelos custos já honrados com a empresa, e prestando todo apoio necessário neste momento", diz trecho de nota da funerária.
A empresa acrescentou aguardar liberação para que "o quanto antes" possa exumar o corpo de Maria Aparecida, sepultada erroneamente por outra família.
O caso foi registrado e é investigado pelo 2º DP de Sumaré como destruição, subtração ou ocultação de cadáver.
Por meio da SSP (Secretaria da Segurança Pública), o distrito do interior paulista afirmou que ainda irá solicitar a autorização judicial para que o corpo de Maria Aparecida seja exumado, mas sem informar quando. "Demais diligências prosseguem visando ao esclarecimento dos fatos", afirmou a pasta.