Descrição de chapéu cracolândia

Voltaire de Souza: No cair da noite

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Voltaire de Souza

Perigo. Descontrole. Ameaça.
O meio ambiente prepara sua vingança.
Em São Paulo e no Rio, a vida animal retoma seus direitos.
Onças pardas aparecem nas ruas.
O sr. Elias deu um risinho.
—E depois querem proibir o comércio de armas.
Para algumas pessoas, o chumbo é direito da população.
—Claro. Como é que a gente vai se defender?
Os felinos saem à noite em busca de alimento.
—Haha. Nem osso vão encontrar.
O povo carente chega antes na busca das carcaças.
—Só que, se as onças não acharem nada...
Um calafrio percorreu a espinha do comerciante no ramo automotivo.
—As onças vão correr atrás de gente.
A sobreloja tinha vista sobre a cracolândia.
—Tenho pena é desses aí.
Mendigos. Moradores de rua. Dependentes.
—A onça chega... e acaba com eles.
Era triste o seu sorriso
—Mas afinal eles não estão nem aí. Vão morrer mesmo.
Ele tomava sua dosezinha no fim do expediente.
A multidão noiada revirava latas de lixo.
O barulho dos carros não abafou o grito que veio da Autopeças Leva e Traz.
—A onça é nossa! Viva a onça!
A natureza está ameaçada.
Mas não faltam os defensores dos animais.

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