Cerco a Temer

O ex-presidente Michel Temer (MDB) não consegue sair do noticiário policial.

Foi preso em 21 de março e solto, graças a uma liminar, na última segunda-feira (25). Mas na quinta (28) virou réu, acusado de corrupção, por causa do famoso caso do ex-assessor preso com uma mala contendo R$ 500 mil pagos pela JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Apenas um dia depois, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em investigação sobre desvio de recursos das obras da usina nuclear Angra 3 —o mesmo caso que levou o ex-presidente para atrás das grades.

O ex-presidente Michel Temer (MDB), durante entrevista - Evaristo Sa - 1º.jun.18/AFP

A prisão preventiva de Temer não foi mesmo muito bem explicada, porque essa é uma medida que se aplica quando existe risco para a ordem pública ou para a apuração criminal. Mas as suspeitas que pesam sobre ele são gravíssimas.

No episódio da mala, em particular, as evidências não deixam dúvidas de que algo de muito errado aconteceu. A grana estava com um homem de confiança de Temer, Rodrigo Rocha Loures, em 28 de abril de 2017.

Poucas semanas antes, Loures havia sido indicado pelo chefe a Joesley Batista, numa conversa tenebrosa gravada pelo empresário como parte de sua delação premiada.

No Palácio do Planalto, o emedebista usou todo seu poder político para impedir seu afastamento e um julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Agora, é esperar que a primeira instância da Justiça examine os fatos com o devido rigor.
 

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