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Claudinei Queiroz: É esporte, não política

Esta semana, o deputado estadual Altair Morais (PRB) apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo que pede a proibição da inscrição de atletas transexuais em competições oficiais no estado. O que motivou o projeto foi o caso Tiffany, a primeira transexual a disputar a Superliga Feminina de vôlei, que voltou a ser assunto com o comentário do técnico Bernardinho durante jogo do Sesc-RJ, do treinador, contra o Bauru, da jogadora.

Após Tifanny marcar um ponto explorando o bloqueio rival, Bernardinho se irritou na lateral da quadra e disparou: “Um homem é f*”. O técnico veio a público se explicar e Tiffany entendeu e aceitou. O assunto deveria morrer por aí, mas a discussão em torno dos transexuais no esporte aflorou novamente. E agora também no meio político.

A jogadora Tiffany Abreu, do Bauru, é a primeira transexual a disputar a Superliga feminina de vôlei
A jogadora Tiffany Abreu, do Bauru, é a primeira transexual a disputar a Superliga feminina de vôlei - Divulgação/Vôlei Bauru

O problema é que tal questão não pode ser definida em uma assembleia repleta de políticos, mas sim nos órgãos internacionais do esporte, que possuem especialistas e técnicos apenas para estudar e determinar quem pode ou não competir.

Não estou dizendo que é certo ou errado que Tiffany dispute um torneio feminino, mesmo tendo nascido homem e jogado profissionalmente anos a fio como tal. Há especialistas que dizem que o corpo de uma transgênero é mais alto, maior e mais forte que uma mulher, mas também dizem que há os pontos negativos: eles mantêm o tamanho de quando eram homens, mas agora com menos musculatura e menor capacidade aeróbica.

Se a pessoa ganha vantagem em relação às mulheres, é assunto para os órgãos competentes de cada federação internacional. E a Federação de Vôlei já está estudando o caso e deve se pronunciar em breve. Por isso, espero que o projeto de Altair Morais não saia do papel.
 

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