Consumidores lotam 25 de Março às vésperas do Natal

Com liberação do FGTS e pagamento do 13º, lojistas comemoram melhora nas vendas

São Paulo

Os consumidores lotaram a rua 25 de Março, no centro de São Paulo, nesta sexta-feira (20) em busca de presentes para o Natal. A Univinco (associação dos lojistas da região) estima um público de 500 mil a 700 mil consumidores por dia nessa reta final das compras de fim de ano. 

Ficou difícil caminhar até mesmo pelos arredores, como a ladeira Porto Geral. A busca era por presentes mais baratos, mas havia muitos consumidores comprando as tradicionais lembrancinhas.

O técnico mecânico Wagner Guedes, 34 anos, se espremeu pelos corredores cheios de gente até encontrar uma boneca LOL para a enteada. Ele estava satisfeito com os R$ 99,90 cobrados pela mercadoria. A comerciante Selma Alves, 66 anos, de Itanhaém, no litoral paulista, tinha a missão de escolher presentes para os oito netos. Além de um caminhão e um tamborzinho, ela carregava um skate de R$ 39,90  

O eletricista Júnior Saboya, 39, levou a filha Lana, de três anos, para passear na região. “Fui comprar enfeite para a árvore de Natal, brinquedos e roupinha”, conta. Skates, patinetes e bicicletas estavam entre os itens mais buscados.

Movimentação na rua 25 de Março; consumidores vão às compras de Natal na ladeira Porto Geral (região central da capital paulista) - Rivaldo Gomes/Folhapress

A atacadista Yane da Silva Pinto, 27, de Paraty (RJ), comprou brinquedos de plástico para revender na loja que tem na cidade. 

Gerente dos Armarinhos Fernando, Ondamar Ferreira, afirma que o movimento está melhor do que no ano passado, assim como as vendas. O gasto médio por cliente é de R$ 66.

A loja Bendita Seja, que vende de papelaria a bicicletas, tem o movimento neste período 20% maior em relação a 2018, conta a gerente Karina Theodoro.  

Na CB Acessórios, o gerente Bruno Barbosa estava otimista com o perfil das compras. No Natal passado, diz, a procura maior era por caixas de som vendidas a R$ 20. Agora, o sucesso é o relógio digital, com modelos entre R$ 199 e R$ 499.

Um camelô entrevistado pela reportagem diz que este é o pior ano de vendas, mas foi salvo pela comercialização de produtos como toalhas de banho e pijamas estampados com o rosto do youtuber Luccas Neto, sucesso entre o público infantil.

Alta nas vendas

O economista Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo, acredita que a possibilidade de saque do FGTS, o recebimento do 13º salário e o aumento do emprego, mesmo que informal, ajudam no movimento do comércio deste fim de ano. “Não há otimismo com expectativa de que vá explodir em vendas, mas, sim, de que vai melhorar em relação ao ano anterior”, diz. Ele também aposta em um crescimento lento e gradativo ao longo de 2020 para o setor. 

A Univinco estima um aumento no volume de vendas de até 6% em relação a 2018. “O número de visitantes também é maior, com destaque para os lojistas do interior que estavam segurando as compras”, diz Pierre Sarruf, diretor da entidade.

Ivanildo Machado da Silva, gerente da loja de sapato Clóvis, no Brás, vê o movimento melhor em relação ao ano passado. “Acredito que a liberação do saque do FGTS ajudou, sim. O pessoal paga as dívidas e presentes com o que sobra.” 

O Lojão do Brás, porém, vê um fluxo de pessoas e de compras similar ao notado no mesmo período de 2018. Para 2020, a empresa espera movimento 5% maior.

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