Bolsonaro e as ruas
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As manifestações em defesa do governo Jair Bolsonaro (PSL) não chegaram a ser um vexame de público, como alguns temiam e outros preferiam. Na avenida Paulista, para ficar num exemplo importante, havia bastante gente.
O presidente parece ter ficado animado com o apoio e divulgou imagens dos atos. Disse também que foi dado um recado "àqueles que teimam com velhas práticas", numa referência às negociações com cargos e verbas na política.
Melhor baixar a bola. Até a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando já caminhava para o fim do governo, conseguia encher algumas ruas do país com seus apoiadores. Além do mais, nada disso ajuda Bolsonaro a resolver os problemas mais importantes de sua gestão.
A economia está rateando de novo, e o desemprego continua muito alto. É preciso fazer avançar a reforma da Previdência e outras medidas importantes no Congresso pelos próximos anos. Comprar briga com os parlamentares, portanto, não é uma estratégia muito inteligente para quem ainda tem um mandato quase inteiro pela frente.
Afinal, os manifestantes atacaram os partidos do chamado centrão e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) —e Bolsonaro acabou dando corda para essas críticas.
Quem protesta ou apoia o governo está no seu direito, claro. Os atos foram pacíficos e, felizmente, não se viu muita gente pregando o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Mesmo assim, não é normal tanto barulho, contra e a favor, com apenas cinco meses de governo. A campanha eleitoral já acabou; o presidente precisa agora fazer alianças e resolver os problemas do país —não animar as ruas.