Conforme revelou o Agora, pelo menos sete mulheres receberam anticoncepcionais com data de validade vencida no Hospital Municipal Tide Setubal, na zona leste de São Paulo.
O dispositivo foi implantado sob a pele de pacientes que tiveram filhos recentemente, mas seu efeito já havia expirado em março. A falha grave, como a própria Prefeitura de São Paulo classificou, fez com que 23 postos de saúde e dez maternidades fossem alertados.
Com 50 unidades, o lote custou aos cofres públicos R$ 16.552. A função contraceptiva é de 36 meses.
Choca imaginar que um hospital aplique medicamentos sem nem mesmo consultar a sua validade, um procedimento básico. Um especialista reforça que, do farmacêutico ao médico, o cuidado com o prazo é fundamental.
Mais preocupante, a rede municipal oferece esse tipo de anticoncepcional a mulheres em situação de rua, dependentes químicas e adolescentes em condições de vulnerabilidade.
Ainda há muito o que explicar nessa história. As pacientes contam que foram chamadas de volta ao hospital para trocar o implante, com urgência, porque "havia dado um problema no lote". Ao que parece, os médicos não as informaram sobre o real motivo da falha.
A gestão Bruno Covas (PSDB) afirma que o restante do lote será descartado e que os outros dispositivos foram aplicados dentro da data de validade.
O Ministério Público, porém, instaurou um inquérito para apurar o caso. Além das responsabilidades, é urgente descobrir de que modo ocorre a estocagem de remédios nesse hospital e, principalmente, se o mesmo não pode ter ocorrido com outros medicamentos.
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