Fora do alvo
Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados
Você atingiu o limite de
5 reportagens
5 reportagens
por mês.
Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login
Depois de lançar na correria um decreto para facilitar o comércio e o porte de armas de fogo no país, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) teve de voltar atrás pelo menos em algumas das regras mais exageradas do texto.
Pelo jeito, ele percebeu a chiadeira geral. Houve reclamação no Congresso, no Judiciário, de governadores e de gente que estuda segurança pública.
Para início de conversa, foi questionado se é possível mexer em regras tão polêmicas por meio de decreto presidencial, que não passa pela votação da Câmara dos Deputados e do Senado. Diante do risco de ver a medida derrubada na Justiça, Bolsonaro recuou.
A principal mudança foi reconsiderar a autorização absurda para que pessoas pudessem portar espingardas, carabinas e fuzis. Ainda assim, a permissão continua valendo para proprietários rurais. Para que eles precisam de fuzis?
Também houve alterações em outras regras sem pé nem cabeça, como a liberação de prática de tiro por menores de 18 anos. Ela não chegou a ser derrubada, mas ficaram estabelecidas a idade mínima de 14 anos (também muito questionável, é bom dizer) e a exigência de autorização do pai e da mãe.
Nesta quarta-feira (22), em entrevista à Rádio Bandeirantes, o ministro Sergio Moro, da Justiça, disse que a revisão atende às críticas e "restringe um pouco" a ampliação do porte de armas.
Ao que tudo indica, Moro não foi consultado pelo chefe a respeito do primeiro decreto. Essa ideia de facilitar a circulação de armas, uma promessa de campanha de Bolsonaro, é bastante perigosa.
Seria melhor revogar o decreto inteiro e discutir no Congresso esse assunto --que, aliás, não tem nada de urgente.