A crise na economia fez aumentar a diferença entre os salários pagos no serviço público e no setor privado.
Embora muitos estejam no sufoco, os que trabalham na administração pública, no geral, vão se segurando. A renda média mensal deles chegou a R$ 3.706 no primeiro trimestre deste ano.
Isso dá um aumento de 10,2% acima da inflação na comparação com o segundo trimestre de 2014, quando começou a recessão. Em valores corrigidos, naquela época o salário médio era de R$ 3.363.
Já a turma do setor privado passa um aperto maior. No período, o ganho desses trabalhadores ficou quase na mesma, passando de R$ 1.948 para R$ 1.960.
É claro que as médias não contam a história toda. Certamente muitos servidores perderam poder de compra nos últimos anos, enquanto parte dos celetistas se deu bem. Mas os números dão uma boa ideia de como a crise tem efeitos diferentes em cada um dos lados.
Na iniciativa privada, onde trabalham 44 milhões de brasileiros (sem contar os domésticos), o avanço do desemprego derrubou salários. Muitas empresas demitiram para contratar substitutos ganhando menos.
Outras nem mesmo preencheram as vagas até agora. Com tanta gente em busca de ocupação, os rendimentos empacam. Cresce também o emprego sem carteira assinada.
No setor público, que emprega 11,4 milhões de pessoas, a maioria tem estabilidade. Para se ter uma ideia, a renda média dos militares e civis estatutários chega a R$ 4.169 mensais.
Mas, se a economia não sair do buraco, vai sobrar para todo mundo. Em alguns estados e prefeituras, os servidores já não recebem em dia. Sem uma retomada da arrecadação, serão mais.
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