A esperança era grande no início do mandato de Jair Bolsonaro (PSL). Quando o presidente tomou posse, 65% dos brasileiros acreditavam em um governo ótimo ou bom. Era um taxa animadora depois de uma eleição tão dura.
O otimismo também parecia contagiar a economia, com aumento da confiança de consumidores e empresários e alta forte da Bolsa de Valores.
Menos de cinco meses depois, vão surgindo mais sinais de frustração e temor com os rumos do país. O governo já está muito desgastado, as previsões para o crescimento da renda estão em queda e o dólar passou de R$ 4.
O presidente, que não tem experiência na negociação com o Congresso, também não mostra muito interesse em aprender. Seus principais projetos, o pacote anticrime e a reforma da Previdência, avançam com muita dificuldade.
Para piorar, Bolsonaro procura conflitos. Foi assim quando resolveu insultar os manifestantes que foram as ruas defender a educação na semana passada.
Na trapalhada mais recente, ele divulgou na sexta-feira (17) um texto anônimo que chama o Brasil de "ingovernável". Segundo o documento, nenhum ocupante do Planalto consegue fazer nada sem os velhos conchavos da política.
A atitude do presidente deu um susto geral. Ficou parecendo até que ele está jogando a toalha --ou querendo mudar as regras no meio do jogo.
Governar um país cheio de problemas é difícil mesmo, mas isso não serve de desculpa para cruzar os braços. Bolsonaro, neste momento, precisa se mexer para evitar uma crise pior na política e na economia. Resta tempo de sobra para um mandato produtivo, mas não dá para brincar com a sorte agora.
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