Filho embaixador
Bolsonaro causa constrangimento ao sugerir Eduardo para vaga nos Estados Unidos
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) causou um grande constrangimento ao anunciar que pretende indicar seu filho Eduardo, deputado por São Paulo, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
Governante arrumar emprego para parente --o chamado nepotismo-- já é uma das práticas mais conhecidas e vergonhosas da política. Nesse caso, pouco importa se a lei permite ou não essa nomeação: o mau exemplo está dado.
Tratando-se de um posto diplomático, de representação do país no exterior, o problema é maior. Não se pode confundir a atuação profissional nessa área com preferências familiares.
A história chegou ao ridículo com notícias, pelo jeito espalhadas por gente do governo brasileiro, de que o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria pensando em mandar um de seus filhos para a embaixada americana em Brasília.
Bolsonaro argumentou que o filho é qualificado para a função por que fala inglês e espanhol e tem interesse em diplomacia. Essa conversa não dá pé.
Vá lá que o deputado seja presidente da Comissão de Defesa e Relações Exteriores da Câmara e tenha bons contatos, de fato, com gente importante do governo Trump. Isso pode ajudar na tarefa de defender os interesses do Brasil no país mais poderoso do mundo.
Mas um embaixador precisa conversar com gente muito diferente, incluindo a oposição americana, que controla a Câmara de lá. Sem contar que vai haver eleições no próximo ano, e o poder pode mudar.
Eduardo Bolsonaro, que já foi fotografado com boné da campanha de Trump, não combina com a discrição que se espera de um embaixador.
Mesmo que faça um bom trabalho, o sobrenome será sempre um embaraço.