A má fama dos canudos

Canudos plásticos estão com os dias contatos em boa parte da capital paulista. Ainda neste semestre, deve passar a valer a lei que proíbe o seu fornecimento em lugares como hotéis, restaurantes, bares e padarias.

Canudos plásticos em panificadora na zona leste da capital paulitsta - Rivaldo Gomes - 18.fev.19/Folhapress

Em vez do modelo tradicional, terão de ser oferecidas a clientes unidades de papel reciclável, de material comestível ou biodegradável. E ignorar isso poderá resultar numa multa pesada: até R$ 8.000.

São Paulo não é a primeira a fazer isso. Só no Brasil existem iniciativas parecidas em Fortaleza, Salvador, Rio, Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Santos (SP), Rio Grande (RS) e no Rio Grande do Norte. 

A mudança tem um significado maior do que a simples troca de um produto por outro. Nos últimos anos, a merecida má fama de canudos plásticos começou a se espalhar pelo mundo. E tudo isso por motivos bem razoáveis. 

Com exceção de situações médicas, eles são facilmente dispensáveis. Mas, se utilizados, causam uma tremenda dor de cabeça, pois não existe um sistema para reaproveitá-los, como ocorre tão bem com latinhas. Com isso, muitos vão parar nos oceanos e levam mais de 200 anos para se descompor. 

No Brasil, é desconhecido quantos são consumidos no dia a dia. Porém um número dos EUA dá ideia do poder de fogo desse vilão: lá, pelo menos 170 milhões de unidades são utilizadas por dia. 

Claro que a proibição não basta para pôr fim à poluição dos mares. Mas é o tipo de ação que, quando adotada lado a lado com outras, faz diferença. 
 

E, apesar de eventuais protestos que novas restrições possam gerar, é totalmente viável reduzir o consumo de plástico sem traumas. Basta lembrar da experiência com as sacolinhas. 

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