Moro pisa na bola
Ministro da Justiça coloca em risco seu prestígio
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O ministro Sergio Moro, da Justiça, é certamente a maior estrela da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Segundo pesquisa Datafolha do início deste mês, ele é o ministro mais conhecido do governo, identificado por 94% dos brasileiros. Nesse grupo, 52% consideram seu desempenho ótimo ou bom.
Essa popularidade deve muito, certamente, a sua atuação como juiz da Lava Jato, quando não teve medo de mandar gente poderosa para a cadeia. Agora fazendo carreira política no Executivo, Moro coloca em risco seu prestígio.
Já foi esquisito quando aceitou o convite de Bolsonaro para integrar o primeiro escalão, depois de ter condenado Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o principal adversário do hoje presidente.
Depois veio o vazamento de mensagens que ele trocava com procuradores na época da Lava Jato. Elas mostraram que o juiz fazia uma dobradinha inapropriada com a turma da acusação. Muita gente acha que essa colaboração foi útil para pegar corruptos, mas agora processos podem ser até anulados.
Moro também se comportou mal quando prenderam quatro acusados de terem invadido seus telefones. Ele se apressou em dizer que aqueles eram os responsáveis pelas mensagens vazadas, sendo que o caso ainda está em investigação. Como é ao mesmo tempo vítima do crime e chefe do ministério ao qual está vinculada a Polícia Federal, ele deveria ficar afastado do assunto.
Por fim, o ministro editou uma portaria esquisitíssima para apressar a deportação de estrangeiros considerados perigosos. Como um jornalista que revelou as mensagens da Lava Jato é americano, a medida ficou parecendo tentativa de assustar. Moro pisou na bola.