O crédito do Bilhete

Bilhete Único entrou na lista de maiores queixas na Ouvidoria

Um balanço das queixas levadas por paulistanos à Ouvidoria Geral da Prefeitura de São Paulo lançou um novo alerta de que o Bilhete Único não anda muito bem das pernas.

Passageiros em posto da SPTrans na Sé (região central) - Rivaldo Gomes/Folhapress

Nos primeiros seis meses deste ano, ele entrou para a lista de dez serviços que mais geraram reclamações na cidade. Com 667 registros, ocupa o quinto lugar no ranking. No mesmo intervalo do ano passado, houve 89.

Outro sinal amarelo surgiu recentemente por meio de um relatório do Tribunal de Contas do Município. Na época da auditoria, cerca de 60% dos cartões foram classificados como ultrapassados, condição que eleva o risco de fraudes.

Essa ameaça, segundo a mesma análise, poderia ter impacto na eficiência do sistema. A recomendação feita à administração municipal foi que agisse com urgência para resolver o problema.

E pontos fracos de fato se mostraram um prato cheio para criminosos. Dados obtidos pelo Agora revelaram que a maior parcela de cancelamentos de cartões, de janeiro a maio, ocorreu por causa de recargas irregulares. Foram 549 mil por esse motivo, num total de 637 mil.

A responsabilidade por essa montanha de trambiques pode, claro, ser compartilhada. De um lado, passageiros têm a sua parcela de culpa ao comprar créditos fora da rede credenciada. Do outro, espera-se que o poder público seja capaz de oferecer um serviço à prova de falsificações, modernizando-o, por exemplo. 

A preocupação com o Bilhete Único tem um motivo simples. Após 15 anos de vida, ele passou a ser essencial para a operação do transporte coletivo. Milhões de pessoas precisam dele para ir trabalhar, estudar ou se divertir. Desejar que funcione direito não é pedir muito.

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