Biblioteca não é luxo
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Não é de hoje que o ensino público paulista vem caindo pelas tabelas. No último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação), de 2017, São Paulo, que liderava o ranking do ensino básico no país, foi ultrapassado por estados como Ceará, Goiás e Rondônia.
Uma auditoria realizada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) dá mais motivos de preocupação. Segundo o tribunal, 1 em cada 3 escolas estaduais do ensino fundamental 1 (do 1º ao 5º anos) não tem bibliotecas nem salas de leitura.
Laboratório de ciências também é raridade nas 133 unidades avaliadas: apenas 1 em cada 5. A falta de infraestrutura atinge até os refeitórios --quase 40% dos colégios não têm espaço adequado.
Mais grave, o relatório aponta que o problema avançou de 2014 para 2018 em praticamente todos os itens. O número de estabelecimentos sem salas de leitura, por exemplo, aumentou 25%.
Há casos que provocam indignação. Na escola Almirante Visconde de Inhaúma, na zona norte da capital, os computadores do laboratório de informática estavam sem uso, cobertos por plásticos, porque a sala sofre com goteiras.
À frente do ensino estadual, a gestão João Doria (PSDB) diz que "está se empenhando" em reformar 1.384 escolas.
Especialistas em educação entendem que os espaços para leitura são indispensáveis na formação dos alunos. Sua ausência pode criar deficiências no aprendizado até o ensino médio --sem falar que a infância é o momento mais adequado para tomar gosto pelos livros.
Espera-se que as obras anunciadas pelo governo comecem o quanto antes. Como estado mais rico da nação, São Paulo tem a obrigação de, no mínimo, voltar ao primeiro lugar no ranking nacional.