Grana curta

O Brasil é um dos países onde menos se poupa no mundo. Por aqui, apenas uns 14% da renda, em média, não vira consumo de bens e serviços. O mais normal no restante do mundo é alguma coisa entre 20% e 30%.

Em parte, isso mostra falta de grana mesmo. Como a maioria da população vive no aperto, não sobra quase nada para aplicar nas cadernetas e outras aplicações. Mas também existe quem não organiza suas contas direito e acaba sem guardar alguma coisa para o futuro.

Em tempos de economia ruim, o ajuste do orçamento doméstico se torna obrigatório para muita gente.

Como noticiou o Agora, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que 7 de cada 10 brasileiros tiveram de fazer algum tipo de corte em suas finanças no primeiro semestre deste ano.

Do lado positivo, isso é um sinal de prudência das famílias: o levantamento também apontou que 60% conseguiram manter as contas em dia.

Mas a retração geral do consumo acaba agravando ainda mais a crise. Vendendo menos, as empresas não se animam a contratar nem a investir em novas lojas e fábricas. Uma coisa puxa a outra.

Foi por isso que o governo decidiu liberar uma parte da grana do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A medida pretende movimentar mais as compras e a economia do país.

Não é grande coisa: só R$ 500 por conta ativa ou inativa. E os especialistas dizem que o melhor a fazer com o dinheiro extra é pagar dívidas ou, se der, poupar.

O conselho faz todo sentido, mas também indica que vai ser preciso bem mais para tirar o Brasil do atoleiro.

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