Economia menos ruim
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Muita gente, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), comemorou o resultado geral da economia do país, que mostrou crescimento de 0,4% no segundo trimestre, em comparação com o primeiro. Mas isso é bom mesmo?
O número foi de fato melhor do que o 0,2% esperado, mas essa diferença pequena depois da vírgula tem muito pouco efeito na vida real. Boa parte do alívio aconteceu porque não veio um valor negativo, que mostraria a renda do país encolhendo mais uma vez --de janeiro a março ocorreu queda de 0,1%.
Já havia quem tivesse medo de uma recaída na recessão, que acontece quando toda a economia piora por um período prolongado. Esse risco parece afastado, pelo menos por ora.
Os dados do IBGE apontaram até uma boa melhora nos investimentos (os gastos com obras e compra de equipamentos), que aumentaram 3,2%.
Mas, olhando para o quadro geral, não há muito a celebrar. O Brasil continua crescendo num ritmo em torno de 1% ao ano, o que é uma mixaria -ainda mais depois da crise de 2014-2016, quando houve um empobrecimento.
Antes da recessão, desempenho a ser comemorado era de 4% ao ano para cima. Hoje existe torcida para que o número chegue aos 2% em 2020. Mas nem assim conseguiremos retomar o nível de renda de 2013. É muito tempo perdido.
Com o governo sem grana, o impulso precisa vir do setor privado. Por isso é importante liberar para empresas a exploração de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, por exemplo. Os juros também precisam baixar mais.
O presidente Bolsonaro pode até comemorar o 0,4%, mas não deveria se conformar com tão pouco.