O sarampo mata

Quase 60% dos jovens entre 15 e 29 anos ainda não foram vacinados na capital

O avanço do sarampo preocupa: nesta quarta-feira (28), após 22 anos, o estado de São Paulo registrou a primeira morte provocada pela doença. O homem de 42 anos, morador da zona leste da capital, não teria sido vacinado.

Fila de vacinação contra o sarampo na entrada da estação Santa Cecília (região central de SP) - Rubens Cavallari/Folhapress

A vítima havia passado por uma cirurgia de retirada do baço, um órgão que ajuda na defesa do organismo. É a primeira morte pela doença em 2019 no país: outra, em Pernambuco, ainda está sendo investigada pelos médicos.

Não faz muito tempo o sarampo era uma ameaça praticamente esquecida. Agora, depois desse surto, já são 2.547 casos confirmados no estado —67% deles (1.637) na cidade de São Paulo. 

Altamente contagiosa, a doença é transmitida por saliva, tosse, espirro ou fala. Se houver sinais de febre alta, dores de cabeça, coriza e manchas vermelhas pelo corpo, é fundamental correr logo para uma unidade de saúde. O paciente será isolado, e quem teve contato com ele deverá tomar a vacina.

Para especialistas, como já nem se ouvia mais falar em sarampo, muita gente acabou não dando importância à imunização. As notícias falsas de que vacinas não funcionam, espalhadas principalmente pela internet, também prejudicaram as últimas campanhas e colaboraram para a volta da doença.

Para se ter uma ideia, quase 60% dos jovens entre 15 e 29 anos ainda não foram vacinados na capital —justamente uma das faixas etárias mais vulneráveis.

Ainda que o Ministério da Saúde acredite em uma estabilização do surto daqui para a frente, não dá para bobear: a campanha de vacinação em São Paulo vai até este sábado (31). Tomar a vacina é, acima de tudo, um ato de respeito com as pessoas que nos cercam

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