Dados recém-divulgados mostram o quanto o trânsito nas ruas e estradas do Brasil continua como um dos mais perigosos do planeta.
Na capital paulista, segundo a PM, o número de motoristas autuados por embriaguez ao volante aumentou, neste primeiro semestre, 24,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além de colocar a vida de terceiros e a de si próprio em risco, o condutor alcoolizado enfrenta punição pesada: multa mínima de R$ 2.934,70 e suspensão da carteira de habilitação por um ano.
Os acidentes com motos são ainda mais preocupantes. Nos últimos dez anos, em todo o país, o total de vítimas cresceu 72%, revela o levantamento de uma seguradora. Nesse período, 2,5 milhões ficaram com invalidez permanente e 200 mil morreram —incluindo motociclistas, garupas e pedestres.
Apesar de uma queda de 20% entre 2011 e 2017, o trânsito brasileiro ainda mata cerca de 35 mil pessoas por ano (dado de 2017, o mais recente). Trata-se de uma epidemia: a cada 15 minutos ocorre uma morte do tipo no país.
Nesse cenário de guerra, são indefensáveis os projetos anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele já propôs acabar com a multa para quem transporta crianças sem cadeirinha, desativar radares de velocidade nas rodovias federais e aumentar de 20 para 40 o limite de pontos da carteira.
Não será assim, com medidas populistas que visam agradar a algumas categorias, como taxistas e caminhoneiros, que esse quadro macabro vai mudar.
No mundo civilizado, trânsito seguro se faz com ações de educação e prevenção, fiscalização eficiente e punição exemplar. Não será diferente aqui.
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