Mais horas na escola

O governo Jair Bolsonaro (PSL) não parece estar dando a devida importância aos programas de fomento ao ensino em tempo integral, uma das políticas educacionais de maior impacto na melhora do aprendizado dos alunos.

Alunos da EE Alexandre Von Hunboldt, na zona oeste de São Paulo, durante aula eletiva - Rivaldo Gomes - 17.mai.19/Folhapress

Até julho, a União não havia liberado grana para essa finalidade nos níveis fundamental e médio —em 2018, esses recursos totalizaram R$ 400 milhões.

Numa espécie de compensação meio esquisita, o Ministério da Educação anunciou neste mês que ampliaria o acesso ao ensino integral por meio de parcerias com faculdades, que receberiam alunos da educação básica.

Não se sabe direito como isso aconteceria, nem se os estabelecimentos têm capacidade para acolher as crianças.

O MEC depois esclareceu que manteria as transferências para as 1.024 escolas atendidas no ano passado, podendo até elevar esse número. A ver.

A meta do Plano Nacional de Educação é incluir no horário integral 25% dos estudantes da creche ao nível médio até 2024. No ano passado, apenas 15% foram atendidos nesta modalidade. Não está claro, porém, qual será a estratégia para atingir essa meta. É uma pena.

Países com resultados superiores aos do Brasil em testes internacionais oferecem, em sua maioria, sete horas diárias de instrução ou mais a seus alunos.

Estudos indicam que aumentar a carga horária —oferecendo reforço em matérias como português e matemática, além da possibilidade de frequentar disciplinas eletivas e participar de clubes e de projetos— resulta em melhores resultados e menor evasão.

Dadas a falta geral de grana, os gestores da educação devem priorizar políticas comprovadamente eficazes.

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