Psoríase deixa marcas na pele e causa inflamações pelo corpo

Doença pode até levar a pessoa à morte por febre e infecção, caso não seja tratada em tempo

Marcas, ardência e descamação da pele fazem parte do dia a dia de quem é obrigado a lidar com a psoríase. Estresse e banhos muito quentes no inverno estão entre os fatores que ajudam a desencadear a doença, que não tem cura e causa conhecida, e também não é transmitida pelo contato.

Embora o tratamento seja relativamente fácil e acessível, a psoríase pode levar o indivíduo à morte em casos graves. “As lesões podem progredir e atingir toda a superfície corpórea, causando um quadro severo chamado eritrodermia, que pode levar o paciente à morte por febre, desequilíbrio no balanço hidro-eletrolítico e infecção secundária”, afirma o dermatologista Cristiano Tarzia Kakihara, do Ambulatório de Especialidades Ceci da Secretaria Municipal da Saúde.

A doença pode se manifestar ainda na infância, mas é mais comum que surja entre os 20 e os 30 anos. Embora as causas sejam desconhecidas, já é sabido que há grande chance de acometer integrantes da mesma família. “Há forte predisposição genética. Por isto, o médico, na anamnese [entrevista com o paciente], irá questionar o antecedente familiar do paciente”, explica o dermatologista da prefeitura.

Assim como na prevenção de outras doenças, um estilo de vida saudável é importante para prevenir o surgimento da psoríase. Evitar a obesidade, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, além de praticar atividade física regularmente e hidratar bem a pele são as indicações de especialistas.

Autoimune

Especialistas defendem a ideia de que a psoríase é uma doença autoimune, o que levaria à necessidade de uma investigação mais aprofundada para detectar também outros possíveis problemas no paciente. 
“O próprio sistema imunológico do doente causa a inflamação na pele e leva ao aparecimento das lesões. Por isso, é importante investigar outras doenças autoimunes nesses pacientes como diabetes, anemias, fibrose cística, alterações tireoidianas, entre outros”, afirma o dermatologista Caio Lamunier, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Tratamento

De forma geral, os tratamentos indicados para quem tem psoríase são simples e com bons resultados na maioria das vezes, segundo os especialistas.

“Há diversos tratamentos para as diferentes formas de psoríase. Mais comuns são os tratamentos tópicos a base de corticosteroides ou imunomoduladores. Além disso, medicações sistêmicas em comprimidos ou injeções podem auxiliar no controle”, afirma o dermatologista Caio Lamunier.

Além das ações mais convencionais, também são indicados outros tratamentos. “A fototerapia (banho de luz U.V.) é muito eficaz em algumas formas de psoríase. Para casos graves ou resistentes aos tratamentos citados há a opção de tratamento biológico, que são medicações injetáveis que alteram a imunidade do doente”, diz Lamunier.

Iniciar o tratamento o quanto antes é fundamental para evitar transtornos. “Formas graves de psoríase levam a um processo inflamatório crônico que tem impacto na saúde geral do doente, incluindo cardiovascular, pulmonar, renal, entre outros”, afirma o dermatologista. “As formas que pegam as articulações são especialmente graves por deixar sequelas.”

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.