Novo departamento de elite da Polícia Civil de SP começa a funcionar

Dope irá concentrar policiais de delegacias especializadas em diversos crimes

São Paulo

O governo estadual criou um novo departamento para a Polícia Civil paulista, que já começou a operar. Segundo publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, no último dia 3, o Decade (Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas) passa a ser chamado de Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), no qual serão concentradas delegacias especializadas em diversos tipos de crime.

Com a mudança, o GOE (Grupo de Operações Especiais) foi extinto e seus policiais serão assimilados pelo Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos). 

Viatura do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), que substitui o Decade (Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas), após publicação de decreto do governador João Doria (PSDB), no último dia 3 no Diário Oficial do estado de São Paulo - Divulgação/Polícia Civil

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, diretor do Dope, o departamento foi criado pelo governador João Doria (PSDB) para fortalecer o serviço de rua feito pela Polícia Civil. “O GOE não está sendo extinto. Os policiais que nele atuavam estão sendo assimilados pelo Garra, que agora contará com um efetivo de [aproximadamente] 200 policiais”, afirmou. 

O novo departamento passa a atuar na capital paulista, mas pode agir em cidades do interior do estado quando for necessário. 

O decreto assinado pelo governador determina que o Dope irá investigar extorsão mediante sequestro, pois irá contar com policiais do DAS (Divisão Anti-Sequestro); vai cumprir mandados de prisão e de apreensão de adolescentes, com policiais do Decade; irá investigar crimes praticados contra turistas, com a atuação de agentes que atuam na Deatur (Delegacia de Apoio ao Turista); além de agir em aeroportos e também contar entre seu pessoal com membros da Drade  (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) e do grupamento aéreo da Polícia Civil. 

"Muito dispersa"

O delegado afirmou que a Polícia Civil estava “muito dispersa”, pois policiais e delegados ficavam alocados e muitas delegacias e divisões. “O Garra, por exemplo, não contava nem com cinco delegados de plantão. Agora [com a criação do Dope] teremos um time completo", disse. 

O diretor do Dope afirmou ainda que as viaturas do departamento contarão com rastreadores. Além disso, ele adiantou que pretende manter um médico de plantão no departamento, para atuar em eventuais casos em que policiais fiquem feridos.  

A presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati, afirmou que o objetivo primário do Dope é prevenir e combater eventos criminosos em potencial. "Além disso, o departamento vai conduzir, com técnicas diferenciadas, operações policiais não convencionais, como ocorrências com reféns, ações de alto risco e contra o terror, além de realizar atividades de cunho especializado, como o policiamento civil aéreo e a proteção de dignitários", afirmou. 

Primeiro apoio

O primeiro caso em que policiais do Dope atuaram ocorreu na última sexta-feira (16) em Cotia (Grande SP). Em apoio ao MP (Ministério Público), policiais civis cumpriram 15 mandados de busca e apreensão contra integrantes de uma empresa de cosméticos, acusado de sonegar impostos, o que teria causado prejuízos estimados em R$ 90 milhões aos cofres públicos. 

Segundo o MP, os investigados atuavam há cerca de 18 anos, criando empresas, registrando-as falsamente em nome de terceiros, explorando as companhias em suas atividades comerciais, mas sem pagar os tributos devidos ao estado. 

Durante os cumprimentos dos mandados, ocorridos também na capital paulista, um suspeito - identidade não informada - foi preso após ser flagrado com duas armas não registradas, segundo o Dope.

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