Como se sobrasse grana
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De um jeito ou de outro, uma boa parte do serviço público já entendeu que a crise do Orçamento não vai se resolver tão cedo. No Executivo, é preciso cortar a grana de vários programas. No Legislativo, são várias as propostas de reforma para conter gastos.
Mas há outros setores que vão vivendo como se o dinheiro estivesse sobrando. Pior: ainda querem gastar mais.
Nos últimos dias, por exemplo, ficou conhecido em todo o país o caso de um procurador do Ministério Público de Minas Gerais que chamou de “miserê” a média salarial de R$ 24 mil na instituição.
A enorme maioria da população sabe que isso é muito, e as estatísticas provam: segundo as contas do IBGE, a renda média do trabalho do 1% mais rico do país era de R$ 27,3 mil em 2016.
O procurador mineiro não corre o risco de ficar fora desse grupo privilegiado, porque seu vencimento é de R$ 35,5 mil. Em julho, ele embolsou outros R$ 41 mil em indenizações e outros penduricalhos.
Esse tipo de manobra para driblar os tetos salariais do serviço público é muito comum no Ministério Público e no Judiciário do Brasil, que talvez sejam os mais caros do mundo —pelo menos nos países importantes, não há nada igual.
A gastança não é só com a folha de pagamentos. Em São Paulo, os planos do Tribunal de Justiça para a construção de um prédio novo no valor de R$ 1,2 bilhão estão provocando constrangimentos até entre membros da corte.
Já o Superior Tribunal de Justiça aprovou a criação de um novo Tribunal Regional Federal, com sede em Belo Horizonte.
É hora de cair a ficha. O país inteiro está fazendo sacrifícios por causa da crise. Não dá para querer viver numa bolha de privilégios à custa do contribuinte.