Menos médicos
Periferia costuma ser prejudicada por falta de profissionais
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A falta de médicos na saúde pública de São Paulo é crônica. E a periferia da cidade, onde a população mais necessita de atendimento gratuito, costuma ser a maior prejudicada.
Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município (TCM) mostra a gravidade da situação. O levantamento, realizado em 2018, apontou que faltavam 2.225 médicos nos 11 hospitais sob a supervisão da Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), um órgão da prefeitura.
O déficit, portanto, chegava a 55% dos 3.978 profissionais previstos na Tabela de Lotação de Pessoal das 11 unidades.
A falta de profissionais também afetava outras especialidades, como enfermeiros (-27%) e dentistas (-65%), e até funcionários de nível médio, caso dos auxiliares de enfermagem (-32%).
A AHM é responsável por hospitais tradicionais e sempre movimentados, como o Tide Setubal (zona leste) e o Dr. Arthur Ribeiro Saboya (zona sul).
Tudo fica mais difícil nos plantões, com as equipes já reduzidas. No Dr. Mario Degni, no Rio Pequeno (zona oeste), o corpo clínico denunciou os desfalques publicamente, “com possíveis prejuízos à população, que já está sofrendo”.
A gestão Bruno Covas (PSDB), porém, contesta os dados do TCM. Diz que a escassez atual é de 568 médicos —não teriam sido considerados na conta os profissionais contratados por convênios.
Ainda assim, os números assustam. A administração municipal reforça que tem atuado em parceria com organizações sociais para reduzir esse déficit.
Não parece suficiente: uma forma de atrair médicos é oferecer salários compatíveis com o mercado, plano de carreira e, por que não, gratificações conforme a distância e as condições de trabalho.