Balaio de gatos

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Para quem anda em São Paulo, não basta ficar de olho apenas onde pisa. Se por baixo há risco de quedas nas esburacadas calçadas da cidade, por cima a ameaça é outra: um emaranhado de fios e cabos, alguns à altura da cabeça.

É verdade que a fiação nos postes da capital nunca foi lá muito organizada. Mas a situação piorou nos últimos anos, com a popularização da TV a cabo e da internet e, principalmente, com o avanço da fiação irregular --os "gatos". 

Esses fios se juntaram à rede elétrica, provocando um nó generalizado. Instalados de qualquer jeito e enrolados uns aos outros, muitos até abandonados e já sem função, os cabos acabam cedendo. E por lá ficam (às vezes semanas) até alguém aparecer para consertar.

O Vigilante Agora foi a 30 locais nas cinco regiões. A bagunça era praticamente a mesma encontrada em reportagem feita em janeiro do ano passado.

O desleixo evidente e a poluição visual são só parte do problema. O pedestre pode enroscar o pescoço ou tropeçar (também há fios largados pelo chão) e até mesmo levar um choque fatal.

Em novembro de 2017, um chapeiro de 21 anos morreu após sofrer violenta descarga elétrica. Ele havia encostado o corpo em um poste de semáforo, no Ipiranga (zona sul). O equipamento estava energizado por conta de um fio solto.

A Enel Distribuição São Paulo disse que notificou os prestadores de serviços para se regularizem as fiações citadas no Vigilante. Já a gestão Bruno Covas (PSDB) promete aterrar 65,2 km de redes aéreas e retirar 3.014 postes --o que é pouco diante do tamanho da confusão.

Às vésperas da temporada de chuvas, e com a certeza de que muitas árvores vão desabar, o perigo será ainda maior.

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