A treta de Bolsonaro com o PSL

Muito tró-ló-ló se ouviu nos últimos dias sobre a briga entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL. No final das contas, tudo não passa de uma disputa por grana, como quase sempre acontece na política brasileira.

Na onda de direita que varreu o país nas eleições do ano passado, o antes nanico Partido Social Liberal elegeu 52 deputados —e conta com 53 hoje. Com isso, tem a segunda maior bancada da Câmara, atrás apenas do PT (com 54).

Acontece que o número de deputados é o principal critério para a distribuição de verba do Orçamento para os partidos. Para se ter uma ideia, o PSL, que levou R$ 9 milhões em dinheiro do fundo partidário no ano passado, vai ficar com R$ 110 milhões em 2019. No ano que vem, ainda vai receber mais do fundo eleitoral, que financia campanhas.

Quem manda no partido desde sempre é o deputado Luciano Bivar, de Pernambuco. Mas, agora, a turma de Bolsonaro também quer apitar. Assim, o grupo pensa em criar uma nova sigla.

O problema é que a lei procura incentivar a fidelidade dos políticos às legendas. Assim, os deputados bolsonaristas que abandonarem o PSL vão correr o risco de ficar sem grana pública. Por isso, eles estão atrás de algum argumento para justificar essa decisão.

A história escancara a farsa que foi a aliança entre Bolsonaro —um político que troca de partido como quem troca de camisa— e Bivar. O acerto não tinha nada a ver com ideias ou programa de governo: era só para as eleições de 2018.

O espantoso é que deu certo, e o PSL conquistou o Planalto e elegeu uma bancada grande, embora sem nenhuma coesão. Para quem se pretende a nova política, tudo parece muito velho.

O presidente Jair Bolsonaro, participa das celebrações do Dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário de Aparecida
O presidente Jair Bolsonaro, participa das celebrações do Dia de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário de Aparecida - Eduardo Anizelli/Folhapress

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