Vexame evitado
Desistência de Eduardo Bolsonaro em ser embaixador é um alívio para o país
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Assim que foi confirmado líder do PSL na Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) anunciou que desistiu de ser o embaixador do Brasil em Washington (EUA). A decisão é um alívio e livra o país de um vexame internacional.
Pouco importa discutir se a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) era um ato de nepotismo. Só o fato de ele cogitar o filho para o cargo já revela favorecimento vergonhoso a um familiar.
Eduardo está longe de ser um talento diplomático. Como ele próprio já disse, sua experiência se resume a fritar hambúrgueres durante um intercâmbio nos Estados Unidos. Em matéria de credenciais para a função, o filho 03 é, na verdade, pouco mais que um zero à esquerda.
O jeitão briguento, de quem não gosta muito de dialogar, também não ajudaria em nada. Dá para imaginar como embaixador alguém que costuma bater boca e publicar fake news nas redes sociais?
Ainda que indicado pelo pai, ele precisava que o Senado aprovasse o seu nome. Nos últimos dias, ficou claro que a operação era difícil. As recentes baixarias, as troca de acusações entre os deputados do PSL e os trambiques eleitorais do partido foram a gota d’água.
Era o que Eduardo precisava para jogar a toalha. O quebra-pau na sigla do presidente foi a solução que apareceu. No seu pronunciamento como novo líder, o deputado reafirmou que reúne qualidades para comandar a embaixada e declarou que resolveu ficar no Brasil para defender “princípios conservadores” e “fazer do tsunami que foi a eleição de 2018 uma onda permanente”.
Se ele de fato vai conseguir, ninguém sabe. Mas não há dúvida de que os objetivos são mais adequados e à altura de suas reais possibilidades.