Carne salgada
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A disparada no preço da carne bovina vem assustando os consumidores nas últimas semanas, principalmente por ir na contramão da tendência atual de inflação baixa no Brasil.
Não se trata de um problema local. A escalada ocorre por causa do aumento das importações chinesas.
Em novembro, o preço da arroba do boi gordo atingiu recorde de R$ 228,80, com alta de 34% no mês. Com isso, a inflação da carne para o consumidor chegou a 8%.
A culpa de tudo isso é da gripe suína, que se espalhou rapidamente pela China. Desde outubro de 2018, a doença já matou 40% do rebanho do país, que responde por quase metade da produção mundial. Ou seja, em pouco meses cerca de um quinto de toda a oferta global de porco desapareceu.
No gigante asiático, o preço do quilo da carne de porco, item essencial para o povo de lá, subiu quase 300% neste ano. No curto prazo, o impacto para o resto do mundo é a explosão do custo das proteínas, já que os chineses buscam alternativas à carne suína.
Daí a alta nos preços de bovinos, frango e até peixes. Essa situação deve continuar até o ano que vem, já que a recuperação dos rebanhos será lenta.
O lado bom nessa história é que, pelo menos, as exportações brasileiras provavelmente continuarão a subir.
Já o encarecimento, ainda que doloroso, será temporário. Como estamos falando de um choque de oferta num ramo específico, a inflação não deve se espalhar para outros setores.
Ao contrário: como as famílias ficaram com menos poder de consumo, o efeito para o restante da economia é de contenção de preços e juros baixos, o que não deve mudar tão cedo.