Em seu primeiro ano de mandato, o presidente Jair Bolsonaro mostra uma disposição permanente para o confronto político e faz avançar uma pauta econômica indigesta. Ainda assim, seus índices de aprovação e rejeição não têm apresentado grandes variações.

Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha na quinta e na sexta-feira (5 e 6), 30% dos brasileiros aptos a votar consideram o governo ótimo ou bom. O percentual se parece muito com os apurados em abril (32%), no início de julho (33%) e no final de agosto (29%).

É uma proporção modesta para quem se saiu vitorioso nas urnas há cerca de um ano. A esta altura de seus governos, o tucano Fernando Henrique Cardoso e o petista Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, contavam com popularidade na casa dos 40%.

Bolsonaro não parece preocupado em mostrar moderação para conseguir mais apoio. Hostiliza, a todo momento e a qualquer pretexto, políticos, imprensa, artistas, ambientalistas e todos os que julga serem seus adversários.

Sua rejeição se elevou aos poucos de abril a agosto, quando a parcela dos que acham o governo ruim ou péssimo passou de 30% a 38%. Essa tendência não se manteve, e a taxa agora é de 36%.

Também se nota, pela primeira vez no ano, alguma alta do otimismo com a economia. Hoje, 43% dos eleitores acredita que a situação vai melhorar, ante 40% em agosto, e o apoio à política econômica subiu de 20% para 25%. Faz sentido.

Os especialistas apostam que o país pode crescer mais de 2% em 2020, depois de três anos empacado na casa de 1%. Nesse caso, porém, a margem de erro fica maior num governo imprevisível como o de Jair Bolsonaro.