Apagão no governo

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Criadas pelo governo Bolsonaro, as trapalhadas no Enem parecem não ter fim. A pressa em ajustar os erros nas notas de milhares de alunos que prestaram a prova fez com que o Inep, o órgão do Ministério da Educação responsável pelo exame, deixasse de cumprir uma das etapas do processo de correção.

Os exames até foram reavaliados, mas, a partir dos novos índices de acerto, não foram recalculados os parâmetros que definem os pesos das diferentes questões da prova, conforme revelou reportagem publicada no Agora.

Promover essa recalibragem do exame poderia produzir alterações nas notas capazes de modificar até a lista dos aprovados nos cursos mais concorridos.

Como esse procedimento tornaria mais longo o tempo gasto para reanalisar os resultados, o governo seria obrigado a atrasar o cronograma do Sisu, sistema que seleciona alunos às universidades federais conforme a nota da prova.

Ou seja, para parecer que tinha o controle da situação e evitar um um vexame ainda maior, o MEC produziu novas injustiças nos resultados do Enem.

Diante disso, não há como não concordar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, quando ele chama de desastrosa a gestão de Abraham Weintraub à frente do ministério.

O desleixo com a coisa pública não para por aí. Ele também aumenta o risco de que pessoas morram, como nos temporais de Minas Gerais, devido à não utilização das verbas previstas para desastres naturais. Ou quando inferniza a vida de mais de 1 milhão de brasileiros que aguardam uma resposta do INSS.

Assim como o autoritarismo e as bobagens ideológicas, a incompetência está virando uma forte marca do governo.

O presidente Jair Bolsonaro, durante evento com os presidentes dos países do Brics, no Palácio do Itamaraty - Pedro Ladeira - 14.nov.19/Folhapress

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