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Relegado a segundo plano, o transporte ferroviário vive situação de penúria no Brasil. Mesmo nas grandes cidades, a malha é escassa, tanto em linhas de metrô e trens como na modalidade VLT (veículo leve sobre trilhos).
Já fora dos municípios, o transporte de carga é limitado e ultrapassado. E praticamente não há trens de passageiros.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra que cerca de 30% dos trilhos no país estão inutilizados e 23% não têm mais condições de operar. Dos 28 mil km da malha ferroviária nacional, 8,6 mil km estão sem uso.
Em um país de dimensões continentais, só há dois serviços regulares de transporte inter-regional. Eles deslocam apenas 1,2 milhão de pessoas por ano. Para se ter uma ideia, a estatal americana Amtrak atende 32 milhões.
Diante desse cenário, é lamentável que a via que liga o centro de São Paulo ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, possui trens que comportam 2.000 passageiros por viagem, mas transportam, em média, apenas 35 (2%).
O "trem fantasma", como foi apelidado, tem um problema imperdoável: a linha não chega aos terminais do aeroporto, obrigando usuários e suas malas a tomar um ônibus para completar o trajeto. Entregue em 2018, o projeto custou R$ 2,3 bilhões. Agora, será necessário torrar mais R$ 175 milhões.
Já em Cuiabá (MT), a obra do VLT que ligaria o centro da cidade ao aeroporto, ainda para a Copa de 2014, está abandonada. Restaram esqueletos e entulho, prejudicando o comércio e o trânsito.
Em grave crise fiscal, o poder público no Brasil não pode mais se dar ao luxo de tocar obras desse tipo, sem viabilidade financeira ou com projetos descabidos.