Mais democracia, PT
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Já foi o tempo em que o PT se orgulhava de ser o único partido relevante que realizava prévias com seus filiados sempre que houvesse mais de um interessado à mesma candidatura.
Hoje, a impressão que se tem é que os destinos da legenda são cada vez mais decididos por poucos caciques, sendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma espécie de divindade infalível.
É o que se pode concluir dos planos da sigla para a cidade de São Paulo após um encontro da presidente nacional, Gleisi Hoffmann, com outros mandachuvas. "Nosso esforço é para demover o diretório municipal de fazer prévias, e os pré-candidatos também", decretou.
O PT não tem nenhum nome de consenso para disputar as eleições na capital neste ano, mas conta com seis interessados. Um deles, o vereador Eduardo Suplicy, já reclamou publicamente.
É verdade que uma disputa interna mais dura pode comprometer as chances do partido numa eleição que já tende a ser difícil. Mas é difícil acreditar que calar a democracia interna seja a melhor forma de lidar com a questão.
Aliás, parece que o acirrado clima de polarização política, no Brasil e no mundo, afetou negativamente o comprometimento de alguns petistas com a democracia. Figuras importantes da sigla, incluindo sua presidente, continuam prestando apoio a ações autoritárias do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Apesar dos graves equívocos cometidos, e daqueles em que ainda persiste, o PT é um partido de oposição importante e tem muito a contribuir ao país. Para fazê-lo, porém, deveria ser capaz de enfrentar e superar os erros do passado. Não necessariamente o que é bom para a biografia de Lula é bom para o PT.