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Se ataques à democracia provocam preocupação, São Paulo e Rondônia, cada estado a seu modo, resolveram dar a sua contribuição negativa ao censurar livros de autores consagrados da literatura nacional e internacional.

Em 6 de fevereiro, a Secretaria de Educação rondonense mandou recolher das escolas uma série de obras por trazer "conteúdos inadequados" a crianças e adolescentes. Entre eles estão clássicos como "Macunaíma", de Mário de Andrade, e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. 

Ao ser questionado, o governo de Rondônia disse que tudo era "fake news". Mas, após reportagem comprovar que se tratava de um memorando oficial, o estado recuou e desistiu da empreitada.

De maneira semelhante, a administração João Doria (PSDB-SP) vetou uma lista de livros de um projeto de leitura para presidiários do estado. Entre eles estavam obras de autores renomados, como o colombiano Gabriel García Márquez, o franco-argelino Albert Camus e a norte-americana Harper Lee.

Em nota, o governo afirmou que não fazia juízo de valor sobre os livros escolhidos e que tampouco os tivesse censurado. Já a fundação responsável pelo projeto, ligada ao Palácio dos Bandeirantes, declarou que uma das obras (sem especificar qual), "diante das novas propostas da gestão atual, não atende ao que se espera para a população atendida".

Não há dúvida de que o alerta foi acionado, tanto em Roraima como em São Paulo. É perigoso quando burocratas se sentem no direito de decidir o que pode e o que não pode ser lido pela população. 

O que esses censores não entendem é que, quanto mais se proíbem os livros, mais fortes e necessários eles se tornam.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante evento em novembro de 2019 - Zanone Fraissat - 11.nov.2019/Folhapress

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