A reação do servidor paulista
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O governo João Doria (PSDB) viu a Assembleia Legislativa aprovar na terça (3) uma reforma previdenciária para o funcionalismo do estado de São Paulo.
Foi um processo longo e turbulento, com direito a brigas entre deputados estaduais, protestos violentos de categorias afetadas e um impasse judicial solucionado pelo Supremo Tribunal Federal.
Medidas do tipo são sempre impopulares, como revelou o placar de votação: 59 a 32, apenas dois votos acima do mínimo necessário para a aprovação.
Mas essas reformas quase sempre são necessárias. Pelas contas do governo, em três anos o gasto com os inativos superaria o destinado a servidores que trabalham. No ano passado, despesas previdenciárias consumiram R$ 34,7 bilhões, ou 14,5% do Orçamento. É mais do que se gasta com educação (R$ 30 bilhões) ou saúde (R$ 22 bilhões), por exemplo.
A reforma fez crescer, em regime progressivo, as alíquotas pagas pelos servidores: de 11% para uma média de 14%. Também aumentou as idades mínimas e alterou exigências de tempo de serviço, atingindo categorias com regras diferenciadas como policiais e professores.
Não por acaso, os servidores da educação foram os principais opositores. A categoria até espera mobilizar uma greve do serviço público estadual no dia 18.
Se conseguirem, os mestres terão a difícil missão de explicar a seus alunos por que desejam a manutenção de privilégios enquanto o resto da população já está submetida à reforma da Previdência aprovada pelo governo federal.
Se é óbvio que professores não querem ficar em casa tomando suco de laranja, como Doria disse em frase infeliz, é certo que a lição de dividir o ônus precisa ser compreendida e compartilhada.