Em seu primeiro ano, o governo Jair Bolsonaro evitou ampliar a verba para os beneficiados pelo Bolsa Família, o que criou uma fila de cerca de 1 milhão de candidatos a receber o auxílio.
O programa, que paga em média R$ 190 mensais por família, custou R$ 32,5 bilhões em 2019. O valor adicional para atender a esses brasileiros carentes seria de R$ 1,4 bilhão. E havia margem para isso, já que os gastos federais terminaram o ano abaixo do teto imposto pela Constituição.
Claro que não há dinheiro sobrando nos cofres. No entanto o governo Bolsonaro foi capaz de injetar R$ 10,1 bilhões em estatais, dos quais R$ 7,6 bilhões engordaram uma empresa ligada à Marinha que constrói navios de guerra.
O número de famílias atendidas baixou de 14,1 milhões, no final de 2018, para 13,1 milhões em dezembro de 2019. É verdade que o governo propôs uma espécie de "13º salário", mas a medida valia apenas para o ano passado.
Trata-se de uma escolha errada, para nem dizer desumana. Se a grana é curta, uma iniciativa que dá apoio aos mais miseráveis da população deve merecer um tratamento privilegiado. Afinal, o número de pessoas vivendo na extrema pobreza cresce desde a recessão de 2014-16.
O Bolsa Família diminui a insegurança alimentar, melhora a educação e a saúde das crianças, impulsiona a economia das regiões mais carentes e custou em 2019 o equivalente a apenas 0,45% de tudo o que o país produz em um ano.
Sem dúvida há o que mudar, como subsídios e reduções camaradas de impostos aos empresários e reajustes salariais e investimentos polpudos ao setor militar. Todas elas são opções melhores do que ver aumentar a fila de pobres.
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