No passo certo

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O isolamento social, que pelos seus efeitos devastadores sobre o emprego e a renda poderia despertar a resistência dos brasileiros, merece neste momento o amplo apoio da população.

Com pequenas variações entre regiões e diferentes setores da sociedade, pesquisa Datafolha mostra que as providências recomendadas pelas autoridades de saúde são defendidas por 76% dos entrevistados entre os dias 1º e 3 de abril.

Para essa sólida parcela majoritária, as pessoas devem permanecer em casa mesmo que tal decisão prejudique a economia e possa causar desemprego.

O resultado colide com as opiniões do presidente da República, que, como se sabe, vem investindo desde o início da pandemia contra as evidências científicas e os critérios adotados por governantes de todo o mundo com o objetivo de enfrentar esse enorme desafio.

Para usar uma imagem militar, Jair Bolsonaro marcha em passo diferente, mas acredita ser o único que está certo.

Resumem-se a 18% dos brasileiros os que acreditam ser mais importante acabar com o isolamento para estimular a economia. Essa preocupação é importante, mas a maioria prefere aceitar os riscos de perda de grana em nome de um enfoque mais seguro para a saúde.

Dois terços são favoráveis a manter a proibição de abertura do comércio não essencial, e 87% concordam que as aulas devem permanecer suspensas.

Mesmo entre os que não se enquadram em grupos de risco, o isolamento social recebe o apoio de 60%.
Os dados apontam que os brasileiros entenderam as restrições como uma etapa penosa, mas indispensável para evitar um colapso do sistema de saúde e a perda de mais vidas.

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