O novo Bolsonaro
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Já faz mais de um mês que o presidente Jair Bolsonaro mudou de comportamento, em boa parte por estar preocupado com as investigações que envolvem sua família e seus apoiadores.
Parou de incentivar manifestações antidemocráticas, de brigar com a imprensa e atacar outros Poderes. Ainda mantém atitudes irresponsáveis na gestão da Covid-19 e chegou ao ridículo de aparecer em fotos mostrando cloroquina a uma ema —mas em geral está pacífico.
Essa guinada parece estar chegando à estratégia política do governo também. Bolsonaro, afinal, precisa reverter a alta de sua reprovação, evitar um processo de impeachment e chegar a 2022 com chances de disputar a reeleição.
O primeiro passo foi deixar para lá a conversa contra a “velha política” e tratar de distribuir cargos para a turma do centrão —aqueles políticos que topam apoiar qualquer presidente, mas não querem saber de confusão.
Por esse motivo, os bolsonaristas mais exaltados perderam poder ou, como o ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), foram afastados. Os militares do primeiro escalão devem ir passando para a reserva, como aconteceu com o general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. É o certo a fazer.
O que Bolsonaro e seu governo não têm é um plano claro de governo e capacidade de aprovar projetos importantes no Congresso. A aposta principal agora é o tal Renda Brasil, que está sendo apresentado como uma versão ampliada do Bolsa Família —que poderia agradar à maioria pobre do eleitorado.
Vive-se, pelo menos, um período mais sossegado em Brasília. Resta saber se o presidente vai conseguir passar muito tempo sem criar uma nova crise.