É preciso conter Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro nunca disfarçou seu desdém no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Mesmo depois de infectado, manteve o negacionismo, a omissão e a propaganda de falsas curas. Agora, ainda mais grave, patrocina nova ameaça à saúde pública.
Nos últimos meses, coube a governadores e prefeitos levar adiante iniciativas de prevenção e de controle do contágio. Já o Ministério da Saúde, após a saída tumultuada de dois titulares, acabou nas mãos de um militar sem conhecimento da área, o general Eduardo Pazuello.
Mas, assim como já ocorrera com seus antecessores, Pazuello foi desautorizado de modo vexatório por Bolsonaro.
Ao negar com estardalhaço a intenção de comprar a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, o presidente não enxerga além do objetivo de agradar sua claque de fanáticos nas redes sociais e prosseguir em sua rixa com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu provável adversário em 2022.
A compra de 46 milhões de doses estava apalavrada entre o ministério e o governo paulista, ao qual está vinculado o Instituto Butantan, responsável pela produção do imunizante no país.
A picuinha de Bolsonaro, na melhor das hipóteses, cria uma tensão inútil; na pior, um impasse na saúde pública.
O que está em jogo aqui é superar uma calamidade sanitária, econômica e social que aflige o Brasil e o mundo. Todos os meios disponíveis devem ser utilizados, em nome do interesse da sociedade, acima de questões políticas e eleitorais.
Se a má vontade de Bolsonaro virar um obstáculo concreto, restará a Congresso, Judiciário, estados e municípios tomar as providências para evitar que os brasileiros não fiquem sem vacina em 2021.