Pandemia no futebol
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Uma segunda onda de casos de Covid-19 atinge o futebol brasileiro. Depois de episódios de contaminação no início da retomada das competições nacionais, só no fim de semana nada menos que 60 atletas foram afastados da série A do Campeonato Brasileiro. Dois treinadores também contraíram o vírus.
Dos 20 clubes, 12 já têm infectados pela doença. O quadro traz dúvidas, mais uma vez, sobre os protocolos previstos pela CBF e a rigidez com que os envolvidos seguem as precauções sanitárias.
Um dos principais alvos de crítica é o fato de a entidade esportiva exigir testagem prévia para atletas, árbitros e comissões técnicas, mas não para outros profissionais presentes nos estádios, como jornalistas, funcionários e dirigentes.
Era evidente que o retorno dos torneios em meio à pandemia trazia riscos —e muitos questionaram a decisão. Prevaleceu, contudo, inclusive em outros países, o entendimento de que seria aceitável retomar os jogos sem torcedores e com a adoção de medidas preventivas.
Ao contrário do que ocorreu com os astros da NBA, que disputaram as partidas de basquete isolados na Disney, em Orlando (EUA), os jogadores de futebol submetem-se a intensa rotina de viagens, transitam por aeroportos, hospedam-se em hotéis e têm dias de folga.
É inaceitável, portanto, que a CBF, com o consentimento dos clubes, continue a insistir num cronograma saturado que nem mesmo prevê a paralisação das disputas durante as datas Fifa —reservadas a partidas das seleções nacionais.
Nesse ambiente atrasado, é difícil crer que os gestores aprendam com os erros. Poderiam, ao menos, aproveitar essa experiência traumática para promover uma reforma profunda no calendário.