Depois da Europa, onde as mortes em razão da pandemia voltaram a disparar, o Brasil apresenta indícios de repique do contágio e debate se aqui também haverá uma segunda onda.
O número de óbitos já avança em alguns estados, e também preocupa o aumento de internações em diversas cidades do país, como em São Paulo.
Mesmo com a perspectiva da chegada de uma vacina, as autoridades não podem hesitar caso seja necessário soar o alerta geral. Neste final de ano, cumpre enfatizar a importância do uso de máscaras e reforçar que aglomerações são uma irresponsabilidade pessoal e social.
Adiar medidas para depois das eleições seria o pior exemplo de estelionato eleitoral. É urgente resolver o fracasso do programa de testes e de procura de focos da doença, bem como rever a desmobilização dos hospitais de campanha.
Os governos devem avaliar ainda, a cada dia, se é preciso reestabelecer normas obrigatórias de distanciamento e mesmo de fechamento de atividades que propiciam o espalhamento do vírus.
Quanto a vacinas, há boas notícias. Mas elas não estarão tão cedo à disposição em quantidade para o Brasil, que restringiu seus contratos de compra antecipada aos produtos da Universidade de Oxford-Astra-Zeneca e da Sinovac.
Se esses imunizantes se mostrarem eficazes, ainda terão de ser aprovados pelas autoridades, distribuídos e aplicados em dezenas de milhões de pessoas antes que comecem a fazer efeito de verdade no controle da Covid-19.
Esse processo deve se prolongar até meados de 2021, pelo menos. Até lá, o país terá de combater o risco de piora da epidemia com mais disciplina do que vem demonstrando atualmente.
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