Vícios de origem dos candidatos

Em segundo turno, um candidato trabalha para reduzir sua rejeição no eleitorado e, tanto quanto possível, elevar a do seu adversário. É o que fazem em São Paulo o prefeito Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

Em busca da reeleição, o tucano afirma que a cidade "vai vencer os radicais" e associa Boulos, um líder do movimento dos sem-teto, ao PT. Em outubro, segundo o Datafolha, 54% dos paulistanos declaravam que não votariam em um nome apoiado pelo ex-presidente Lula.

O psolista, que moderou o discurso na campanha, já vem sendo questionado por suas promessas de gastos elevados. Seu partido nasceu de uma dissidência do PT que se recusou a apoiar a reforma da Previdência proposta por Lula.

Do lado tucano, a fragilidade mais evidente é ninguém menos que o governador João Doria, de quem Covas foi vice e cujo apoio sua campanha trata de minimizar. Como aponta Boulos, Doria suscita ainda mais rejeição do que o líder petista na capital. No Datafolha, 60% rechaçaram a hipótese de votar em um candidato endossado pelo governador.

Ele abandonou antes da hora a prefeitura, que usou como trampolim para conquistar o governo do estado --e sua ambição é, de fato, a Presidência.

Tanto Covas quanto Boulos estão em busca dos eleitores que preferiram outros candidatos no segundo turno. Essa disputa é mais dura no caso dos votos dirigidos ao terceiro colocado, Márcio França (PSB): até aqui são 38% para o tucano, 38% para o psolista, 19% em branco ou nulo e 5% ainda indecisos.

São Paulo já elegeu gente de direita, esquerda e centro. Com tantas preferências na cidade, o jeito às vezes é se apresentar como a alternativa menos ruim.

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