A violência no trânsito paulistano ficou evidente, mais uma vez, com a trágica morte da pesquisadora e cicloativista Marina Kohler Harkot, 28 anos.
A jovem foi atropelada no último domingo (8) enquanto pedalava em uma avenida de Pinheiros (zona oeste). De forma covarde, o motorista do carro fugiu sem prestar socorro. No dia seguinte, enfim, apresentou-se à polícia.
A morte de Marina expõe a insegurança a que estão submetidos os ciclistas na cidade. Em 2019, segundo o Infosiga, 36 perderam a vida nas vias paulistanas. Até setembro deste ano, foram 24.
A despeito do quadro negativo, ao menos a situação vem melhorando ao longo dos últimos anos --muito em razão da pressão de associações civis dedicadas ao tema, reconheça-se.
A maior parte dos avanços ocorreu na gestão Fernando Haddad (PT), que de 2013 a 2016 criou cerca de 400 km de ciclovias e ciclofaixas. Houve problemas, no entanto: trechos com buracos, sinalização deficiente e traçados mal planejados não foram incomuns.
Já com o tucano João Doria, a expansão foi freada, assim como nos últimos dois anos do seu antigo vice, Bruno Covas (PSDB). Hoje, São Paulo tem pouco mais de 500 km de vias permanentes, embora esse conjunto esteja longe de significar uma rede unificada e segura.
Problemas à parte, a locomoção sobre duas rodas cresce na capital. De 2007 a 2017, o número de viagens com bicicleta aumentou 25%, segundo dados do Metrô. Trata-se, afinal, de um meio de transporte limpo e barato --e uma alternativa saudável ao trânsito automotivo.
Caberá ao próximo prefeito a tarefa imprescindível de ampliar, integrar e aprimorar a malha cicloviária existente.
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