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“Vá perguntar ao seu freguês do lado qual foi o resultado do futebol.” Coisa boa é para sempre, lembrança gostosa. Eterna como a obra de Noel Rosa. “Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada, um pão bem quente com manteiga à beça, um guardanapo e um copo d’água bem gelada.” Curando a ressaca, relembrou das duas horas eternas vividas há um ano. “Quem é que já sofreu mais do que eu? Quem é que já me viu chorar? Sofrer foi o prazer que Deus me deu, eu sei sofrer sem reclamar”... Com todo o respeito ao sistema pago, com preço e pecados pré-combinados, conquista na raça, inesperada e sofrida é muito mais saborosa. Ah, que domingo excitante foi aquele...
“Eu quero um retratinho de você, pois vou mandar fazer o seu clichê e publicá-lo no meu jornal, você é uma figura original.” Inesquecível. Abril febril. “Quando eu morrer, não quero choro nem vela, quero uma fita amarela, gravada com o nome dela.” Não existe verdade única, toda máxima é distorcida. Se o mundo era (quase) todo verde, eu, ovelha negra, estava lá, sofrendo pelo eterno flerte. À paisana. “Pois esta vida não está sopa, e eu pergunto: com que roupa? Com que roupa que eu vou pro samba que você me convidou?” Se gritar gol antes dá azar, imagina festejar título... “Meu amor, não posso esquecer, se dá alegria, faz também sofrer, a minha vida foi sempre assim, só chorando as mágoas que não têm fim.” Antes do grande dia, do outro lado da cidade, teve a derrota em casa. O que provocou festejos antecipados do outro lado. “Quanto a você da aristocracia, que tem dinheiro, mas não compra alegria, há de viver eternamente sendo escrava dessa gente, que cultiva hipocrisia.” Nas penalidades finais, os humilhados foram exaltados. Dinheiro, no futebol, nem sempre compra o resultado final. “Vai, orgulhosa, querida, mas aceita esta lição: no câmbio incerto da vida, a libra sempre é o coração.” Em 2018, ficou marcado, Corinthians (bi)campeão paulista. Um ano não é nada para quem ama por toda a eternidade. Depois de amanhã é o primeiro aniversário do 8 de abril eterno. Ao contrário do ditado, quem bate também não esquece, igualzinho a quem apanha. “E como em toda façanha, sempre um perde e outro ganha.”