No Campeonato Paulista recém-encerrado, o Red Bull surpreendeu os quatro grandes clubes e cravou a melhor campanha da primeira fase, enquanto a Ferroviária fez ferver a Fonte Luminosa e, por muito pouco, não evitou que o Corinthians arrancasse rumo ao caneco.

Na Série A-2, a Inter de Limeira foi buscar um acesso praticamente perdido, nos acréscimos, e retornará ao Paulistão, embora um pouco mais enxuto do que em sua última participação há 14 anos.

No Rio, o Bangu atropelou adversários dentro e fora do caldeirão de Moça Bonita e chegou à semifinal do Carioca, à frente do Botafogo, por exemplo.

Pelo Brasil afora, clubes como Toledo (PR), Bahia de Feira (BA) e Frei Paulistano (SE) apareceram no mapa e tiveram, com méritos, seus 15 minutos de fama.

Encerrados os Estaduais, festa para alguns, tristeza para outros, à exceção dos baianos e da Locomotiva, todos eles e boa parte dos outros clubes e seus torcedores se recolhem —ou disputam torneios menores— à espera de 2020.

É evidente que muitos campeonatos regionais têm suas falhas —talvez nem um Nobel da física consiga bolar um regulamento tão complexo quanto o do último Carioca— e, principalmente, limitações técnicas, mas não creio que alguma das rodadas finais do Brasileiro tenha tanta gente ligada nos gramados, no país todo, como no último final de semana.

Como se não bastasse matar saudade dos mata-matas, desses torneios depende a sobrevivência da imensa maioria dos clubes do interior de São Paulo e do Brasil.

Isso não significa que seja ruim para os gigantes. Tanto que os recordes de público de Pacaembu, Vila Belmiro, Morumbi, Allianz Parque e Arena Corinthians, estabelecido no último domingo, são todos de jogos do Campeonato Paulista.

Só torce o nariz para os Estaduais quem nunca passou uma manhã de domingo na Fonte Luminosa ou um entardecer em Moça Bonita.