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A tese, para muitos, é cientificamente comprovada. Gritar gol antes de a bola entrar acaba com qualquer chance de a rede ser balançada.
Essa lei universal é resguardada com particular zelo por boa parte dos torcedores do Corinthians. Quem já esteve nas arquibancadas alvinegras provavelmente presenciou algum momento em que um ignorante transgrediu a regra fundamental.
“Não grita gol antes, pô” é a versão publicável dos insultos dirigidos àquele que, desrespeitando são Jorge, Basílio e o cosmos, fez a bola se desviar de seu destino.
Os guardiões da lei, agora, terão de se adaptar. Se celebrar precocemente atrai energias negativas, é necessário entender que o conceito de comemoração prematura mudou no futebol.
Os próprios corintianos perceberam isso ao vibrar com o golaço de Pedrinho na final da Copa do Brasil. Após revisão desastrada do lance pelo vídeo, o tento foi anulado.
Nesta semana, para não ficar por aqui, houve situação semelhante na Liga dos Campeões. O Etihad Stadium explodiu com o gol da épica classificação do Manchester City aos 49 minutos do segundo tempo. Não valeu.
A verificação da jogada, nesse caso, foi rápida e precisa. Ainda assim, a mensagem foi clara e vai ficar mais cristalina a cada jogo com o abjeto juiz tecnológico: celebrar uma bola na rede pode deixá-lo com cara de bobo.
Foi-se o tempo em que gritar gol antes era “zica”, como dizem os torcedores. Agora, também não se deve gritar depois.
Completando o retrato do futebol que não é futebol, a primeira final de Paulista com árbitro de vídeo terá uma só torcida no estádio. Na remota possibilidade de o Corinthians encaixar um ataque e superar o goleiro do São Paulo, quem erguer os braços em Itaquera estará sujeito a ouvir: “Não grita gol depois, pô”.