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As semifinais e finais do Paulistinha escancaram a pobreza que vive o nosso futebol. A ferida aberta no 7 a 1 parece simplesmente não ter cura. As duas semifinais foram horríveis de se ver. Pobres, medíocres e modorrentas. É preciso ser radicalmente fanático por algum dos clubes envolvidos para conseguir encontrar algum pingo de virtude na bola que jogaram os quatros grandes.
A disputa travada no Choque-Rei, onde o Tricolor levou a melhor nas penalidades sobre o Palmeiras, conseguiu terminar sem um golzinho sequer. Na outra perna, o Santos de Sampaoli trouxe lampejos de futebol, enquanto o Corinthians de Carille foi mais Carille do que nunca.
Aliás, o Carille é o Felipão dos “millennials”. Uma versão 2.0 do gaúcho. Assim como para o pentacampeão, o verbo é conquistar e pronto. Criar e jogar bola é outra questão. Coloca-se um vagão de trem na frente do gol, lota-se o meio e fica-se à espera de um contra-ataque. Nada muito diferente do que nos ofereciam Muricy e Tite, outros dois multicampeões.
Nada contra ser campeão, mas é bem mais gostoso ver um time que sabe criar, atacar e defender. Não apenas defender e ganhar a qualquer custo. Prefiro mil vezes a seleção derrotada em 1982 às vitoriosas de 1994 e 2002. Aí, vai de cada um. Já assisti novamente à “Tragédia de Sarriá” por várias vezes. Jamais revi Brasil x Itália, nos EUA, tampouco Brasil x Alemanha, no Japão.
Ontem, o Ajax eliminou a Juventus de Cristiano Ronaldo na Liga dos Campeões. Propôs o jogo. Se arriscou. Atacou. O Barça, guardião do bom futebol, sapecou o Manchester United sem dó. Espero que Liverpool Manchester e City também avancem hoje às semifinais, pois, quem sabe, não fica a dica para o futebol brasileiro, de que é possível ganhar jogando bonito?